quinta-feira, 3 de junho de 2010

Literatura e Feminismo- Parte II

Bom, como foi ligeiramente explicitado no texto anterior, a relação das mulheres com a literatura começou no Brasil timidamente, em revistas e periódicos, inicialmente tratando da questão do direito ao voto e alguns outros anseios sociais das mulheres.

Grandes foram após esta, as investidas femininas na literatura, sejam por questões sociais, de funções dentro de casa, tudo para que sua emancipação ocorresse. Já no século XX, o que era até então de uma dimensão menor e menos ousada se torna de fato luta e os movimentos feministas aumentam significativamente. Aí cresce o feminismo burguês, ou seja, o feminismo daquelas mulheres que possuíam condições financeiras e portanto, acesso às informações e ao conhecimento impulsionam passeatas, publicações de livros e periódicos que tratam de algo até então considerado tabu- a sexualidade feminina- destacando-se em 1992 a obra de Ercília Nogueira Cobra(1891-1938), em seu primeiro e polêmico livro intitulado Virgindade inútil – novela de uma revoltada, publicado em meio ao burburinho da Semana de Arte Moderna , tendo ainda mais tarde publicados outros livros sobre a sexualidade da mulher.

Gostaria de destacar ainda uma outra grande escritora, a minha favorita, Clarice Lispector, que em seus inocentes 17 anos de idade publica o romance Perto do Coração Selvagem em 1944, e causa um verdadeiro frisson no círculo literário da época. E é Antônio Cândido, famoso crítico literário chegou a afirmar que aquela mocinha era tão boa na escrita que parecia um homem escrevendo. Machismo nessa fala? Muito! Porém, Clarice Lispector adorou a expressão, pois ela foi uma feminista implícita na literatura brasileira.

Chegando nos anos 70, a liberação sexual, a criação da pílula anti-concepcional e o movimento feminista no seu auge, as mulheres assumem também o seu lugar no mercado de trabalho e na política.  Com isso, o espaço literário das mulheres aumenta, os movimentos e articulações feministas começam a publicar artigos científicos sobre as mulheres e suas causas, se organizam melhor, criando núcleos que discutem gênero em diversas faculdades do país. Já nos anos 90, as mulheres esncontram-se encaixadas e vitais para o mercado de trabalho, inseridas na política, na literatura, e assumem seu papel frente a família, onde o feminismo se apresenta numa fase mais madura e organizada. Na literatura cada dia aumenta o número de poetisas e escritoras que embelezam a escrita, a mulher já se faz presente até mesmo na Academia Brasileira de Letras, espaço que durante muito tempo abrigava apenas literatas do sexo masculino.

Abraço a todos,

Ana Paula Duarte.

2 comentários:

hebert disse...

este texto é bastante rico e esta iniciativa é bastante válida. parabéns Ana, por mais uma grande idéia. abraço e sucesso.

mARa disse...

Hola chiquitica, que tal?

Me gustó tu espacio y volveré!

Besitos!

Paz y Luz!