terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
 

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
 

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade



E com essas sábias palavras, me despeço de 2010, saío de férias amanhã e vos desejo uma liinda passagem de ano! Um 2011 de renovações, sabedoria, satisfação e esperança e inúmeras possibilidades!.TUDO NOVO, DE NOVO!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A VIOLÊNCIA DA GLOBALIZAÇÃO



Marcos Monteiro*

A violenta luta contra a violência no Rio de Janeiro transforma em imagens a complexidade do mundo em que vivemos. Urbanização e globalização são palavras que nos definem e descrevem um processo de múltiplas faces que se consolidou ao longo da história.

O primeiro encontro entre portugueses e nativos em nosso solo pátrio foi alegre e amistoso, mas armado. Arcos e flechas de um lado e arcabuzes do outro atestavam a descoberta mais antiga da humanidade: o ser humano é um animal muito perigoso. Causar sofrimento, dor e morte, é uma das habilidades desenvolvidas pela civilização, com todo um investimento de tempo, dinheiro e inteligência racional, esse detalhe que faz o humano mais humano.

Desse modo, violência e humanidade andam de mãos dadas, estando as questões políticas e econômicas inevitavelmente envolvidas. Na Alemanha de Hitler, empresas ofereciam os seus produtos, gases asfixiantes para exterminar judeus, destacando a eficiência, relação eficácia-custos, para vencer a concorrência. Exterminar humanos era um empreendimento lucrativo que merecia o uso da racionalidade para o aperfeiçoamento do produto.

Ainda hoje, a grandeza de uma nação pode ser medida pela sua capacidade genocida, habilidade adquirida pela produção e aplicação de material bélico. Porque, aliás, ninguém fabrica um artefato para não usar, e todo produto precisa ser experimentado para facilitar o seu aperfeiçoamento. A simples posse desse armamento sofisticado explica parte dos motivos para a recorrência das guerras no nosso mundo atual. A indústria bélica precisa vender material de qualidade comprovada; a transmissão ao vivo de guerras também é procedimento de marketing para clientes atentos.

Portanto, se globalização e urbanização são parâmetros de definição do mundo de hoje, vivemos forçosamente uma violência urbana de natureza global. Isso significa violência oficial e violência clandestina, violência estrutural e violência simbólica, violência existencial e violência social, diversas nuances e vertentes da violência que não podem ser reduzidas a essa eterna simplificação que tentam nos impor: bons e maus, ou violência do bem e violência do mal. Paulo Freire afirmava que entre as prerrogativas que as elites dispõem para si mesmas, estaria o direito arbitrário de definir o que é violência, ou quem é violento.

A violência dos criminosos do Rio de Janeiro é apenas uma das tonalidades da violência do país. A guerra contra a violência não pode ser de natureza violenta. Quando as mesmas armas e processos são usados dos dois lados, a lógica da violência permanece e o único resultado possível disso tudo será exatamente a produção de pessoas, artefatos e procedimentos cada vez mais violentos, aperfeiçoamento progressivo e maléfico associado à urbanização e à globalização.

Natal, 26 de novembro de 2010.

*Marcos Monteiro é assessor de pesquisa do CEPESC. Mestre em Filosofia, faz parte do colégio pastoral da Comunidade de Jesus em Feira de Santana, BA. Também é coordenador do Portal da Vida e faz parte das diretorias do Centro de Ética Social Martin Luther King Jr. e da Fraternidade Teológica Latino-Americana do Brasil
CEPESC – Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão. E-mail cepesc@bol.com.br, site www.cepesc.com.
Fone: (71) 3266-0055. Veja esse texto também no blog www.informativo-portal.blogspot.com

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A síndrome do sapo-boi


Sabe uma coisa que me cansa deveras? É essa mania das pessoas em não respeitar os outros. É esta sempre pseudo-superioridade, seja intelectual (que sinceramente mais me incomoda), financeira ou social. Este ar de "eu sei", "eu sou", essa vaidade sem fim...Vai pra puta que pariu com isso! Uma mania feia de rir do gosto alheio, essa ridícula pose por gostos americanizados, uma visão europeizada  de brasileiro esquizofrênico que mora no Brasil e quer viver como se estivesse em Paris, negando sua cultura, rejeitando seu povo, sua brasilidade e mais, não sabe aqui "morar", sendo um péssimo inquilino e vizinho.

Eu sei que a pós modernidade não é lá grande coisa, ela nos encheu de vícios e nos individualizou, mas, ela tem os seus benefícios, entre eles a liberdade no pensar, no gostar, no expressar...Eu acho mesmo brega indivíduos que participam e têm acesso maior à determinadas culturas e mesmo a informação começar a desdenhar de quem não tem/teve as mesmas oportunidades ( e isso não significa dizer que não possua cultura), ou ainda ficar criando situações para mostrar seu acarbouço intelectual só para comparar e se sentir feliz em ser "o mais inteligente" ou o "fodão". Na real, isso é facilmente diagnosticável: complexo de inferioridade.

Então, por favor pessoas (me incluo neste pedido), vamos respeitar as opiniões, gostos, ideias, chatices, bizarrices, exageros, conhecimento, pouca sapiência, que seja, enfim, ter a sabedoria da humildade e respeitar o diferente. Não precisa interagir e nem aceitar, mas convenhamos que é muito mais chique e civilizado praticar o respeito, em pleno século XXI, onde as diferenças são tão acentuadas, isso é o básico!

O verdadeiro conhecimento vive longe da bossalidade e dessa vaidade inflável, ele reside em leitura de livros, mas também de olhares, gestos, pessoas. Vive na sensibilidade e na sociabilidade. Isto chama-se ser humano e não é privilégio de poucos...Não se aprende em academias e sim na vida, tanto no Brasil, quanto no Iraque, nos EUA ou  em Paris, conhecendo ou não as grandes obras universais, ouvindo as mais lindas sinfonias, interpretando as mais cultas obras literárias. Posso aprendê-la na feira também, no campo, num boteco, em casa...
Há os que querem fugir dos clichês e por isso sentem no direito de se auto-intitular detentores de intelecto (coisa que todos os portadores de cérebro tem), de toda a sabedoria...Acabam caindo numa armadilha. 'Pela amor'!

Sabe o que é que eu quero e no fim é o que realmente importa? Eu quero é passar o tempo mínimo possível na frente do computador, quero continuar a desenhar minhas palavras no rascunho de papel da vida, quero a brisa matinal da janela de um õnibus sobre o meu rosto, quero bater um papo com as pessoas da rua, rir litros na mesa de um bar numa roda de amigos, quero tratar as pessoas com dignidade e sempre poder continuar a dizer o que eu penso sem medo de ofensas, quero simplicidade, quero a sensibilidade de entender as pessoas, quero e gosto do popular e isso não é ser senso comum, pois, as gentes só me ensinam a ser mais eu. Eu só quero adquirir conhecimento e passar adiante, e não usá-lo para encher o meu ego. Eu não quero ser um sapo-boi!

Eu só quero amar e respeitar as pessoas, compartilhar nossos saberes, em suma eu quero o que todo mundo deve querer também, alguns com mais voracidade. Porque eu aprendi, que seja gari ou professor dr., todos têm a me ensinar e nosso destino final se cruza, lá debaixo da terra, onde não há divisão por intelectualidade extrema ou ignorância, a verdadeira ignorância é a petulância de se julgar superior em detrimento dos outros.

Ana Paula Duarte. Campanha contra o ego inflado, pleeease!

Ps: Primeira vez que xingo aqui, perdão, mas, enjoei de pseudos, daí o vômito.

"Um momento de revolta não poderia fechar como um obrigado pessoal..rsrs." By Gutox Hieros

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Quem foi Florestan Fernandes?







   Essa mesma pergunta eu fiz há mais ou menos uma hora atrás. Pois é, nem eu sabia de quem se tratava, até que um amigo me apresentou com a ênfase de que “É este o Sartre brasileiro!" Me empolguei e fui pesquisar vorazmente.Esmiuçei o Sr. Google, assisti a alguns vídeos no Youtube e em menos de uma hora, já me considero uma apaixonada!
   Eis as primeiras linhas que eu li de Florestan:

"Afirmo que iniciei a minha aprendizagem sociológica aos seis anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade."

   Como não se apaixonar diante de tal sabedoria adquirida de conhecimento vivencial e cinetífico, de leituras de mundo e de livros. Isto que é a verdadeira sapiência! Fico aqui me perguntando como é que eu, uma graduanda em Letras Vernáculas nunca tinha ouvido falar neste homem e tenho raiva, ainda não decidi se a culpa é minha ou da Instituição que estudo, mas sei é que os cursos de Letras, Direito, História, Sociologia e Filosofia deveriam ter uma disciplina que se debruçasse sobre as grandes obras dos intelectuais brasileiros, obras genuínas, o que ocorre com pouca ênfase e disposição.
    Agora, vamos responder a pergunta que não quer calar: QUEM FOI FLORESTAN FERNANDES?

*Florestan Fernandes nasceu em São Paulo, no dia 22 de julho de 1920. Sua luta pela vida começou já na infância, para conquistar o próprio nome - já que patroa de sua mãe o chamava de Vicente, por considerar que Florestan não era nome de pobre - e sobreviver começou a trabalhar aos seis anos, o que o impediu de completar o curso primário e o levou a se formar no curso de madureza (supletivo).
Era vendedor de produtos farmacêuticos quando, aos 18 anos, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em 1947, formando-se em ciências sociais. Doutorou-se em 1951 e foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra.
O nome de Florestan Fernandes está obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica brasileira. Sociólogo e professor universitário com mais de cinquenta obras publicadas, transformou as ciências sociais no Brasil e estabeleceu um novo estilo de pensamento.
Foi mestre de sociólogos renomados, como Octavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso. Cassado com base no AI-5, em 1969, deixou o país e lecionou nas universidades de Columbia (EUA), Toronto (Canadá) e Yale (EUA). Retornou ao Brasil em 1972 e passou a lecionar na PUC-SP. Não procurou reintegra-se à USP, da qual recebeu o título de professor emérito em dezembro de 1985.
Florestan esteve ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde sua fundação. Em 1986 filiou-se ao partido e exerceu dois mandatos de deputado federal (1987-1991 e 1991-1995). Colaborou com a Folha desde os anos 40 e, em junho de 1989, passou a ter uma coluna semanal nesse jornal.
Florestan não via o destino da ex-URSS como o fim do socialismo e do marxismo, nem a globalização como a esperança dos excluídos - ao menos, dizia, enquanto o "capitalismo da fase atual não conseguir uma equação definitiva para a questão social".
Florestan Fernandes morreu em São Paulo no dia 10 de agosto de 1995.

*Biografia de Florestan Fernandes
Fonte:
Fundação Florestan Fernandes "Uma vida de luta e construção"

Segue abaixo um documentário emocionante sobre o homem que de engraxate tornou-se um grande e influente sociólogo.

Agradeço a Tácito Loureiro, um sábio amigo que estimo e que muito tem me ensinado.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Série- Escritoras, poetisas e autoras brasileiras



Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo consideradas uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX. Segundo o crítico Anatol Rosenfeld, “Hilda pertence ao raro grupo de artistas que conseguiu qualidade excepcional em todos os gêneros literários que se propôs - poesia, teatro e ficção”.
Distinguida por vários de nossos mais significativos prêmios literários, presente em numerosas antologias de poesia e ficção, tanto nacionais como estrangeiras, há muito seu nome está incluído nos dicionários de autores brasileiros contemporâneos.
De temperamento transgressor, prezando a liberdade, dona de uma rara beleza e coragem, culta e poeta, Hilda teve uma personalidade marcante e sedutora que ia de encontro aos costumes tradicionais vigentes nos anos 50, criando-se um folclore ao seu redor que, segundo alguns críticos, até chegou a ofuscar a importância de sua obra. 


Cantares do Sem Nome e de Partidas




Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.
(I)

(Cantares do Sem Nome e de Partidas - SP: Massao Ohno, 1995.)

domingo, 3 de outubro de 2010

Série- Escritoras, poetisas e autoras brasileiras

   Olá leitores!
   É com muito orgulho que inicio aqui uma série que muito me agrada: "Escritoras, poetisas e autoras brasileiras", onde passearei por este universo da nossa Literatura e lhes apresentarei o trabalho de algumas das melhores, sob minha óptica, claro. Inauguro com a grande poetisa Adélia Prado.





   O surgimento de Adélia Prado na literatura brasileira trouxe a valorização do feminino nas letras e da mulher e seu pensamento ativo e crítico perante a sociedade. A poetisa consegue incorporar os papéis de intelectual e de mãe,  encontrando um equilíbrio entre o feminino e o feminismo,sendo mulher e mãe de maneira a não abandonar nem uma nem outra. Sem dúvida, um exemplo de pessoa.

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
− dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem,
Mulher é desdobrável. Eu sou.




domingo, 26 de setembro de 2010

Geraldo Vandré quebra o silêncio em entrevista exclusiva

Uma das coisa ótimas das redes sociais é poder compartilhar com as pessoas muitas coisas boas, grandes informações, como este achado, que venho compartilhar aqui. Falar sobre temas ligados à Ditadura Militar sempre deixam um silêncio místico, um ar fictício como se não tivesse acontecido aqui na nossa casa (o Brasil). Mas para que nós tivéssemos a liberdade que temos hoje, de poder discutir, expor nossas opiniões sem medo de represálias, muitos tiveram suas liberdades cerceadas, foram torturados, mortos sem direito a serem enterrados...Enfim, o homem que vos fala no texto carrega marcas amargas desses anos negros da política brasileira. Tem gente que pensa até que ele já morreu, porque este, permanece exilado...É visível a sensação de frustração com a causa pela qual lutou e acabou perdendo tanta coisa.



E pra não dizer que não falei de flores, as eleições estão à porta...Temos mais 4 anos de chance de melhorar nosso país...Viva a "democracia"!


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Novidade!

Olá pessoal,

Graças a uma conversa virtual e várias twittadas, além da criação de um perfil na rede Skoob (http://www.skoob.com.br/usuario/235833), eu @_anissima_ e @keuazevedo (twitters), estamos organizando um Clube do Livro aqui em Feira de Santana. Nossa meta é fazer um círculo leitor, onde por mês lê-se um livro e ao final, nos reumiremos a fim de dialogar e questionar vários aspectos apreendidos com a leitura.
Quem for de Feira e se sentir interessado, pode deixa e-mail nos comentários que logo entraremos em contato. 
Quem não for de nossa cidade, poderia plagiar a ideia e criar um clube do livro em sua cidade, pois é uma ideia interessantíssima e de valorização da leitura.
O livro do mês vai ser Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Em breve posto a resenha deste livro no espaço. Um abraço a todos.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Os Cavalinhos de Platiplanto



    Livro que inaugura a obra publicada de J.J. da Veiga (Corumbá Goiás, 1915 - Rio de Janeiro, 1999),  "Os Cavalinhos de Platiplanto" é um livro que reúne doze contos em 1° pessoa que narram as reminiscências sobre a infância, a inocência da puerícia, em uma linguagem acessível e prazerosa pela simplicidade.
    Considero uma obra essencial da literatura brasileira e mais, deve ser lido tanto por crianças como por adultos, porque sua leitura proporciona o mergulho na Literatura Fantástica, que tem como grande característica a verossimilhança interna, onde traz elementos fictícios e mesmo improváveis à realidade, tornando descomunal o comunal, trazendo o mágico para a realidade cotidiana.Isso possibilita uma grande abertura para nossa criatividade.
    Fica então a dica, espero que gostem, literatura é viagem barata e possibilita uma perfeita visualização da paisagem, permitam-me essa analogia.

Abraço a todos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Clarice,Uma velha Amiga... Parte 2



2° Parte, leia a de baixo primeiro.

Clarice,Uma velha Amiga....Parte 1



Algumas considerações sobre Clarice Lispector.

domingo, 1 de agosto de 2010

A formação de um bom leitor

Ler e escrever são tarefas complementares – e nunca será demais insistir sobre este ponto. Para escrever boa literatura, o aspirante a escritor deve conhecer a boa literatura. Ou seja: ler bons autores.
A pequena lista a seguir não pretende ser exaustiva, e está longe de representar um painel, mesmo modesto, da prosa brasileira de ficção. A idéia, aqui, é apenas sugerir algumas leituras clássicas para a formação essencial de um bom leitor. Esta é também, no fim das contas, a missão de quem ensina...

Alguns dos livros citados contam com diferentes edições no mercado, enquanto outros (mais raros ou já esgotados) vão exigir do leitor uma busca pelos sebos e livrarias de sua cidade. A falta de referências catalográficas (edição, etc.) é proposital: vai tornar a procura um pouco mais emocionante. Afinal, para o aprendiz da arte da escrita, a caçada ao tesouro dos bons livros é o primeiro passo dessa grande aventura.



Machado de Assis

• Várias histórias, contos.

• Relíquias de casa velha, contos e ensaios.

• Dom Casmurro, romance.

• Memórias póstumas de Brás Cubas, romance.

• Quincas Borba, romance.

• Esaú e Jacó, romance.

• Memorial de Aires, romance.



José de Alencar

• Senhora, romance.

• O guarani, romance.

• Iracema, romance.

• As minas de prata, romance histórico.



Aluísio Azevedo

• Casa de pensão, romance.

• O cortiço, romance.



Manoel Antonio de Almeida

• Memórias de um sargento de milícias, romance.



Graciliano Ramos

• Vidas Secas, romance.

• Angústia, romance.

• São Bernardo, romance.

• Viventes das Alagoas, crônicas.



José Lins do Rego

• Menino de Engenho, romance.

• Fogo morto, romance.

• Eurídice, romance.



Érico Veríssimo

• O tempo e o vento ( três volumes), romance.

• O resto é silêncio, romance.

• Noite, romance.

• O Senhor Embaixador, romance.



Osman Lins

• Nove, Novena, contos.

• Avalovara, romance.

• O fiel e a pedra, romance.



Clarice Lispector

• Laços de família, contos.

• A legião estrangeira, contos.

• A maçã no escuro, romance.

• A paixão segundo G.H., romance.

• A hora da estrela, romance.



Guimarães Rosa

• Grande sertão: veredas, romance

• Primeiras estórias, contos.



Rubem Fonseca

• A coleira do cão, contos.

• Os prisioneiros, contos.

• O cobrador, contos.

• Agosto, romance.



Dalton Trevisan

• Cemitério de elefantes, contos.

• O vampiro de Curitiba, contos.



Rubem Braga

• O homem rouco, crônicas.

• Ai de ti, Copacabana, crônicas.

• O conde e o passarinho, crônicas.



Fernando Sabino

• O encontro marcado, romance.

• O homem nu, crônicas.

• A mulher do vizinho, crônicas.



Marques Rebelo

• O espelho partido, romance.

• O trapicheiro

• A mudança

• A guerra está em nós

• A estrela sobe, romance.



José J. Veiga

• A hora dos ruminantes, romance.

• Os cavalinhos de Platiplanto, contos.



José Cândido de Carvalho

• O coronel e o lobisomem, romance.



Fonte: http://literal.terra.com.br/

domingo, 25 de julho de 2010

Homenagem a TODOS os escritores*


Tivemos conhecimento,
Daquilo que era esperado,
Ter o 'júri' a contento,
Decidido e aprovado.
Tem prestígio, tem valor,
A escrita do meu Amigo.
Merecido e sem favor,
Foi o prémio atribuído.
Para os Amigos alegria,
Para o autor satisfação,
Ver que aquilo que escrevia,
Agradou, fez sensação.
Ficaremos a aguardar,
Seja em prosa ou poesia,
Que a obra vá aumentar.
E a crescer, dia após dia...
Cá esperamos de verdade,
Novos livros para ler.
Com um abraço de Amizade,
Dum Amigo, pode crer...



António dos Santos

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=142527#ixzz0uin8UA9u
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives



PARABÉNS pelo nosso dia queridos labuteiros das palavras, artesãos da vida, profetas de letrinhas que se unem e se inundam de sentimentalidades...Muita inspiração vos desejo e muitos abraços poéticos!

terça-feira, 6 de julho de 2010

O que é o que é?- Um pouco de música!







Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Composição: Gonzaguinha

Por que postar aqui essa música? Ora, porque a vida é lindaaa! =D
E nela, todos os dias agregamos grandes lições e nossas conjecturas estão sempre caindo por terra.
E porque um amanhã bem lindo vai raiando...
E porque toda grande lição deve ser repassada e esta música, nada mais é do que isso.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um pouco de poesia: Insônia criativa?


É na atroz madrugada fria e calma, que decido por assumir quem sou.
Minhas limitações, meu ser diferente, minha forma de irritação diferente, forma de amar diferente, forma de questionar diferente.
Paradoxal forma de pensar?
Mas, e se eu for totalmente paradoxal?Freud explica? Durkhein? Augusto Curi (risos)?
E se por ser assim, tiver que amanhecer brutal o dia, que venha!
Pois as forças que muito busquei e demorei por encontrar me revestiram e sei que haveriam de estar escondidas por sobre meu manto de teimosia, comprido e longo.
E a paz, àquela que excede todo o entendimento, superabunda e invade meu ser...
Tanto tempo fazia!
Mas voltou a poesia, na alma, na vida, no papel...
Tudo voltou a ser belo, voltei a me achar bela,
A beleza fundamentalmente interior que impera, que seduz, que transborda, que emana bons e nobres sentimentos!
Uma ultrassom de minha consciência...
Ao final acabei por descobrir que já não funciono com eu-lírico.
E hoje tudo amanhece tão diferente!
Eu, de fato precisava desta madrugada.
E é após ela que já posso enxergar o sol saindo por entre as nuvens
Pois já posso sentir seus raios tocando o meu corpo frio.

Ana Paula Duarte, filosando e metaforeando numa madrugada convidativa para se estar na cama.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Uma dica supimpa


Para você que é Professor de Língua de Portuguesa e sente a necessidade de um ensino de Gramática diferente do tradicional. Muito Além de Gramática, de Irandé Antunes, é um livro interessante, de leitura clara e dinâmica, que norteiam os professores para um novo rumo no ensino da língua, longe da técnica de decorar, de normatizar toda nossa língua, desmistificando e mostrando como tornar agradável para os alunos as aulas enfadonhas de regras e cheias de pedras que pelo caminho do ensinar atravancam o aprendizado. É uma ótima sugestão leitora para quem quer conhecer melhor o que se deve ensinar de Gramática nas escolas.

Literatura e Feminismo- Parte II

Bom, como foi ligeiramente explicitado no texto anterior, a relação das mulheres com a literatura começou no Brasil timidamente, em revistas e periódicos, inicialmente tratando da questão do direito ao voto e alguns outros anseios sociais das mulheres.

Grandes foram após esta, as investidas femininas na literatura, sejam por questões sociais, de funções dentro de casa, tudo para que sua emancipação ocorresse. Já no século XX, o que era até então de uma dimensão menor e menos ousada se torna de fato luta e os movimentos feministas aumentam significativamente. Aí cresce o feminismo burguês, ou seja, o feminismo daquelas mulheres que possuíam condições financeiras e portanto, acesso às informações e ao conhecimento impulsionam passeatas, publicações de livros e periódicos que tratam de algo até então considerado tabu- a sexualidade feminina- destacando-se em 1992 a obra de Ercília Nogueira Cobra(1891-1938), em seu primeiro e polêmico livro intitulado Virgindade inútil – novela de uma revoltada, publicado em meio ao burburinho da Semana de Arte Moderna , tendo ainda mais tarde publicados outros livros sobre a sexualidade da mulher.

Gostaria de destacar ainda uma outra grande escritora, a minha favorita, Clarice Lispector, que em seus inocentes 17 anos de idade publica o romance Perto do Coração Selvagem em 1944, e causa um verdadeiro frisson no círculo literário da época. E é Antônio Cândido, famoso crítico literário chegou a afirmar que aquela mocinha era tão boa na escrita que parecia um homem escrevendo. Machismo nessa fala? Muito! Porém, Clarice Lispector adorou a expressão, pois ela foi uma feminista implícita na literatura brasileira.

Chegando nos anos 70, a liberação sexual, a criação da pílula anti-concepcional e o movimento feminista no seu auge, as mulheres assumem também o seu lugar no mercado de trabalho e na política.  Com isso, o espaço literário das mulheres aumenta, os movimentos e articulações feministas começam a publicar artigos científicos sobre as mulheres e suas causas, se organizam melhor, criando núcleos que discutem gênero em diversas faculdades do país. Já nos anos 90, as mulheres esncontram-se encaixadas e vitais para o mercado de trabalho, inseridas na política, na literatura, e assumem seu papel frente a família, onde o feminismo se apresenta numa fase mais madura e organizada. Na literatura cada dia aumenta o número de poetisas e escritoras que embelezam a escrita, a mulher já se faz presente até mesmo na Academia Brasileira de Letras, espaço que durante muito tempo abrigava apenas literatas do sexo masculino.

Abraço a todos,

Ana Paula Duarte.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Literatura e Feminismo- Parte I

Nada planejado abrir o blog com tal assunto, foi um estalo daqueles que sempre me vêm a mente.Bum!Nasceu a ideia, cá estou desenvolvendo-a.

Bem, falar sobre literatura e feminismo remete voltar aos séculos passados, nos quais as mulheres mantinham papéis limitados na sociedade.Submissas, recatadas, dotadas de inúmeras prendas e qualidades domésticas, em sua maioria os estudos eram dedicados ao preparo para o casamento, as mulheres não pensavam em ter uma vida fora de casa, não como nos dias atuais, em que não só pensam como cada dia é maior o número de mulheres trabalhando fora de casa e o número de mulheres que optam pelo não casamento.
A literatura tem em sua trajetória muito de reflexo de cada época. As mulheres começaram na odisséia de escritoras no Brasil segundo registros, a partir do século XIX, mas muito timidamente e ainda com todo o recato e sem refletir seus anseios, suas causas e dificuldades.A primeira grande revindicação feminina na escrita ocorre a partir de 1870, com a causa do direito das mulheres ao voto e os primeiros fortes burburinhos feministas em jornais e revistas, nessa luta, é importante ressaltar o nome de Josefina Àlvares de Azevedo (1851-?), jornalista que foi enfática em tudo o que escreveu com relação a mudanças radicais necessárias, ascensão feminina, enfim, feminismo latente e inovador, onde publicava no jornal A Família, que dirigiu durante alguns anos no qual incentivava as mulheres a ir a luta por seus direitos:

Formem grupos e associações, fundem jornais e revistas, levem de vencida os tirocínios acadêmicos, procurem as mais ilustres e felizes, com a sua influência, aviventar a campanha em bem da mulher e seus direitos, no Brasil: e assim terão as nossas virtuosas e dignas compatriotas pelejado, com o recato e moderação naturais ao seu delicado sexo, pela bela idéia "Fazer da brasileira um modelo feminino de educação e cultura espiritual, ativa, distinta e forte". (A família, ano I, n. especial)

Ainda na luta pela emancipação feminina, destaca- se a baiana Leolinda de Figueredo Daltro, educadora e forte atuante política, que buscou não apenas o direito ao voto feminino, mas trazer às mulheres consciência política.

As mulheres só conseguiram ter direito a voto em 1932, portanto houveram ainda outros nomes importantes de várias outras companheiras que encontraram na literatura um meio de expressar o sentimento feminista.Por ora encerro momentâneamente esta postagem, havendo continuação cronológica do assunto, faço isto para que o texto não fique extenso e a leitura enfadonha, já que a trajetória e a ligação entre literatura e feminismo está apenas começando e a prolixidade está entre os meus defeitos textuais.

No mais, este texto foi escrito com informações de leituras em sala de aula, livros de literatura feminina e artigos acadêmicos.Estão sujeitos à elogios e críticas, estejam a vontade.O que busco aqui é aprender e compartilhar.

Sem mais,

Ana Paula Duarte.

Bem-vindos!



Esse novo blog foi criado com o intuito de trazer um pouco de conhecimento literário, dicas sobre livros e autores da literatura brasileira e universal!

Aqui teremos grandes nomes e tudo aquilo que considero de qualidade e que vale a pena ser lido, relido e comentado.Na verdade, aqui teremos uma boa dose da ANA professora de literatura...rsrs.

E é mais um espaço democrático e sujeito a críticas e sugestões!

Abraços a todos.