sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A síndrome do sapo-boi


Sabe uma coisa que me cansa deveras? É essa mania das pessoas em não respeitar os outros. É esta sempre pseudo-superioridade, seja intelectual (que sinceramente mais me incomoda), financeira ou social. Este ar de "eu sei", "eu sou", essa vaidade sem fim...Vai pra puta que pariu com isso! Uma mania feia de rir do gosto alheio, essa ridícula pose por gostos americanizados, uma visão europeizada  de brasileiro esquizofrênico que mora no Brasil e quer viver como se estivesse em Paris, negando sua cultura, rejeitando seu povo, sua brasilidade e mais, não sabe aqui "morar", sendo um péssimo inquilino e vizinho.

Eu sei que a pós modernidade não é lá grande coisa, ela nos encheu de vícios e nos individualizou, mas, ela tem os seus benefícios, entre eles a liberdade no pensar, no gostar, no expressar...Eu acho mesmo brega indivíduos que participam e têm acesso maior à determinadas culturas e mesmo a informação começar a desdenhar de quem não tem/teve as mesmas oportunidades ( e isso não significa dizer que não possua cultura), ou ainda ficar criando situações para mostrar seu acarbouço intelectual só para comparar e se sentir feliz em ser "o mais inteligente" ou o "fodão". Na real, isso é facilmente diagnosticável: complexo de inferioridade.

Então, por favor pessoas (me incluo neste pedido), vamos respeitar as opiniões, gostos, ideias, chatices, bizarrices, exageros, conhecimento, pouca sapiência, que seja, enfim, ter a sabedoria da humildade e respeitar o diferente. Não precisa interagir e nem aceitar, mas convenhamos que é muito mais chique e civilizado praticar o respeito, em pleno século XXI, onde as diferenças são tão acentuadas, isso é o básico!

O verdadeiro conhecimento vive longe da bossalidade e dessa vaidade inflável, ele reside em leitura de livros, mas também de olhares, gestos, pessoas. Vive na sensibilidade e na sociabilidade. Isto chama-se ser humano e não é privilégio de poucos...Não se aprende em academias e sim na vida, tanto no Brasil, quanto no Iraque, nos EUA ou  em Paris, conhecendo ou não as grandes obras universais, ouvindo as mais lindas sinfonias, interpretando as mais cultas obras literárias. Posso aprendê-la na feira também, no campo, num boteco, em casa...
Há os que querem fugir dos clichês e por isso sentem no direito de se auto-intitular detentores de intelecto (coisa que todos os portadores de cérebro tem), de toda a sabedoria...Acabam caindo numa armadilha. 'Pela amor'!

Sabe o que é que eu quero e no fim é o que realmente importa? Eu quero é passar o tempo mínimo possível na frente do computador, quero continuar a desenhar minhas palavras no rascunho de papel da vida, quero a brisa matinal da janela de um õnibus sobre o meu rosto, quero bater um papo com as pessoas da rua, rir litros na mesa de um bar numa roda de amigos, quero tratar as pessoas com dignidade e sempre poder continuar a dizer o que eu penso sem medo de ofensas, quero simplicidade, quero a sensibilidade de entender as pessoas, quero e gosto do popular e isso não é ser senso comum, pois, as gentes só me ensinam a ser mais eu. Eu só quero adquirir conhecimento e passar adiante, e não usá-lo para encher o meu ego. Eu não quero ser um sapo-boi!

Eu só quero amar e respeitar as pessoas, compartilhar nossos saberes, em suma eu quero o que todo mundo deve querer também, alguns com mais voracidade. Porque eu aprendi, que seja gari ou professor dr., todos têm a me ensinar e nosso destino final se cruza, lá debaixo da terra, onde não há divisão por intelectualidade extrema ou ignorância, a verdadeira ignorância é a petulância de se julgar superior em detrimento dos outros.

Ana Paula Duarte. Campanha contra o ego inflado, pleeease!

Ps: Primeira vez que xingo aqui, perdão, mas, enjoei de pseudos, daí o vômito.

"Um momento de revolta não poderia fechar como um obrigado pessoal..rsrs." By Gutox Hieros