É na atroz madrugada fria e calma, que decido por assumir quem sou.
Minhas limitações, meu ser diferente, minha forma de irritação diferente, forma de amar diferente, forma de questionar diferente.
Paradoxal forma de pensar?
Mas, e se eu for totalmente paradoxal?Freud explica? Durkhein? Augusto Curi (risos)?
E se por ser assim, tiver que amanhecer brutal o dia, que venha!
Pois as forças que muito busquei e demorei por encontrar me revestiram e sei que haveriam de estar escondidas por sobre meu manto de teimosia, comprido e longo.
E a paz, àquela que excede todo o entendimento, superabunda e invade meu ser...
Tanto tempo fazia!
Mas voltou a poesia, na alma, na vida, no papel...
Tudo voltou a ser belo, voltei a me achar bela,
A beleza fundamentalmente interior que impera, que seduz, que transborda, que emana bons e nobres sentimentos!
Uma ultrassom de minha consciência...
Ao final acabei por descobrir que já não funciono com eu-lírico.
E hoje tudo amanhece tão diferente!
Eu, de fato precisava desta madrugada.
E é após ela que já posso enxergar o sol saindo por entre as nuvens
Pois já posso sentir seus raios tocando o meu corpo frio.
Ana Paula Duarte, filosando e metaforeando numa madrugada convidativa para se estar na cama.