domingo, 23 de setembro de 2012

Série- Escritoras e Poetisas Brasileiras*- Elisa Lispector

     Estive participando de um "Chá de conversa e som", em um espaço cultural da cidade, quando meu mundo caiu mais uma vez.
     E eu que tanto gosto de Literatura e que tenho pesquisado poetisas e escritoras, entrei em crise quando ouvi pela primeira vez na minha vida literária o nome de Elisa Lispector. Sim, em crise, pois como eu, uma estudante de letras agora formada, nunca em minha graduação ouvi sobre a escritora? Como a Academia pôde me esconder um tesouro como este? Culpa minha, que não pesquisei, pensei. Mas de fato, sequer imaginava sua existência. Me senti limitada e é bom ter limitações e dúvidas, elas nos levam à pesquisa,  e a busca sempre nos traz conhecimento.
     Pois, em nossa série Escritoras e Poetisas Brasileiras, aparece agora o resultado de minhas pesquisas (ainda iniciais) sobre Elisa Lispector, irmã da diva Clarice Lispector, que, justamente por ser a  hermética querida por todos nós, acabou ofuscando o talento literário de sua irmã mais velha.
     Diferentemente da escrita complexa e 'sui generis' de Clarice, Elisa apresenta uma escrita autobiográfica,  mas não menos qualificada e não menos subjetiva, onde traz as questões familiares as quais viveu quando veio se exilar ainda criança no Brasil. Eu diria que deveria ser obrigatório, antes de ler Clarice, que todos nós lêssemos  Elisa, pois, através dessa leitura parecerá mais fácil entender as obras de Clarice, a obra de Elisa traz bastante informação sobre o sofrimento e os problemas enfrentados na vinda para o Brasil. Em sua obra No Exílio essas características ficam latentes.
     Elisa passou anos a fio a sombra da irmã, que caiu no gosto popular e atualmente com as redes sociais, lhes são atribuídas frases e textos bastante duvidosos e longe de seu estilo de escrita, mas isso vem justamente por ela ter caído nas graças de jovens e adolescentes que se identificam com sua subjetividade. E também, diferente de Clarice, Elisa não se dedicou ao casamento e nem teve filhos, dedicou-se a família. Até sua morte foi pouco divulgada, devido a uma tragédia que ocorreu no mesmo período do óbito.

     Agora que fiquei sabendo um pouco, ainda muito pouco sobre a existência de Elisa Lispector, quero me entreter com a leitura de seus livros e romances.
     Na pesquisa que iniciei na internet a procura de textos e trechos de alguma obra da escritora, só apareceram os retratos antigos de família e ademais, só remetiam ao nome e aos textos e frases de Clarice Lispector. O que explica um pouco o porquê de Elisa ser tão pouco conhecida, lida e divulgada, até mesmo na internet, que hoje se apresenta com grande compilar das obras literárias e biografias.



                                                                 Google imagens


Histórico de suas obras

Elisa Lispector  estreou na literatura em 1945 com o romance Além da fronteira. Em 1948, publicou No exílio, o mais autobiográfico de seus livros.
Em 1963, recebeu os prêmios José Lins do Rego e Coelho Neto – este oferecido pela Academia Brasileira de Letras – pelo romance Muro de pedras.
Publicou também os romances Ronda solitária (1954), A última porta (1975) e Corpo-a-corpo (1983), além das coletâneas de contos Sangue no sol (1970), O inventário (1977) e O tigre de bengala (1985) – premiado com o Pen Clube.
Compõe ainda outros livros, revistas, recortes de jornais, correspondências, manuscritos e documentos diversos. Sua obra é difícil de ser encontrada, geralmente acha-se em sebos antigos, mas encontrei no link da Folha :http://livraria.folha.com.br/catalogo/1091543/no-exilio.
Sua obra hoje está em posse do Instituto Moreira Sales, e este foi o ano de seu centenário, mas como é uma escritora quase desconhecida, pouco se divulgou a respeito.
Vamos buscar conhecê-la um pouco mais? Fica então essa provocação e este encaminhamento.


Fontes de pesquisa
É interessante também ler a entrevista da pesquisadora da obra de Elisa Lispector, Nádia Battella em