segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um pouco de poesia: Insônia criativa?


É na atroz madrugada fria e calma, que decido por assumir quem sou.
Minhas limitações, meu ser diferente, minha forma de irritação diferente, forma de amar diferente, forma de questionar diferente.
Paradoxal forma de pensar?
Mas, e se eu for totalmente paradoxal?Freud explica? Durkhein? Augusto Curi (risos)?
E se por ser assim, tiver que amanhecer brutal o dia, que venha!
Pois as forças que muito busquei e demorei por encontrar me revestiram e sei que haveriam de estar escondidas por sobre meu manto de teimosia, comprido e longo.
E a paz, àquela que excede todo o entendimento, superabunda e invade meu ser...
Tanto tempo fazia!
Mas voltou a poesia, na alma, na vida, no papel...
Tudo voltou a ser belo, voltei a me achar bela,
A beleza fundamentalmente interior que impera, que seduz, que transborda, que emana bons e nobres sentimentos!
Uma ultrassom de minha consciência...
Ao final acabei por descobrir que já não funciono com eu-lírico.
E hoje tudo amanhece tão diferente!
Eu, de fato precisava desta madrugada.
E é após ela que já posso enxergar o sol saindo por entre as nuvens
Pois já posso sentir seus raios tocando o meu corpo frio.

Ana Paula Duarte, filosando e metaforeando numa madrugada convidativa para se estar na cama.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Uma dica supimpa


Para você que é Professor de Língua de Portuguesa e sente a necessidade de um ensino de Gramática diferente do tradicional. Muito Além de Gramática, de Irandé Antunes, é um livro interessante, de leitura clara e dinâmica, que norteiam os professores para um novo rumo no ensino da língua, longe da técnica de decorar, de normatizar toda nossa língua, desmistificando e mostrando como tornar agradável para os alunos as aulas enfadonhas de regras e cheias de pedras que pelo caminho do ensinar atravancam o aprendizado. É uma ótima sugestão leitora para quem quer conhecer melhor o que se deve ensinar de Gramática nas escolas.

Literatura e Feminismo- Parte II

Bom, como foi ligeiramente explicitado no texto anterior, a relação das mulheres com a literatura começou no Brasil timidamente, em revistas e periódicos, inicialmente tratando da questão do direito ao voto e alguns outros anseios sociais das mulheres.

Grandes foram após esta, as investidas femininas na literatura, sejam por questões sociais, de funções dentro de casa, tudo para que sua emancipação ocorresse. Já no século XX, o que era até então de uma dimensão menor e menos ousada se torna de fato luta e os movimentos feministas aumentam significativamente. Aí cresce o feminismo burguês, ou seja, o feminismo daquelas mulheres que possuíam condições financeiras e portanto, acesso às informações e ao conhecimento impulsionam passeatas, publicações de livros e periódicos que tratam de algo até então considerado tabu- a sexualidade feminina- destacando-se em 1992 a obra de Ercília Nogueira Cobra(1891-1938), em seu primeiro e polêmico livro intitulado Virgindade inútil – novela de uma revoltada, publicado em meio ao burburinho da Semana de Arte Moderna , tendo ainda mais tarde publicados outros livros sobre a sexualidade da mulher.

Gostaria de destacar ainda uma outra grande escritora, a minha favorita, Clarice Lispector, que em seus inocentes 17 anos de idade publica o romance Perto do Coração Selvagem em 1944, e causa um verdadeiro frisson no círculo literário da época. E é Antônio Cândido, famoso crítico literário chegou a afirmar que aquela mocinha era tão boa na escrita que parecia um homem escrevendo. Machismo nessa fala? Muito! Porém, Clarice Lispector adorou a expressão, pois ela foi uma feminista implícita na literatura brasileira.

Chegando nos anos 70, a liberação sexual, a criação da pílula anti-concepcional e o movimento feminista no seu auge, as mulheres assumem também o seu lugar no mercado de trabalho e na política.  Com isso, o espaço literário das mulheres aumenta, os movimentos e articulações feministas começam a publicar artigos científicos sobre as mulheres e suas causas, se organizam melhor, criando núcleos que discutem gênero em diversas faculdades do país. Já nos anos 90, as mulheres esncontram-se encaixadas e vitais para o mercado de trabalho, inseridas na política, na literatura, e assumem seu papel frente a família, onde o feminismo se apresenta numa fase mais madura e organizada. Na literatura cada dia aumenta o número de poetisas e escritoras que embelezam a escrita, a mulher já se faz presente até mesmo na Academia Brasileira de Letras, espaço que durante muito tempo abrigava apenas literatas do sexo masculino.

Abraço a todos,

Ana Paula Duarte.