quinta-feira, 27 de maio de 2010

Literatura e Feminismo- Parte I

Nada planejado abrir o blog com tal assunto, foi um estalo daqueles que sempre me vêm a mente.Bum!Nasceu a ideia, cá estou desenvolvendo-a.

Bem, falar sobre literatura e feminismo remete voltar aos séculos passados, nos quais as mulheres mantinham papéis limitados na sociedade.Submissas, recatadas, dotadas de inúmeras prendas e qualidades domésticas, em sua maioria os estudos eram dedicados ao preparo para o casamento, as mulheres não pensavam em ter uma vida fora de casa, não como nos dias atuais, em que não só pensam como cada dia é maior o número de mulheres trabalhando fora de casa e o número de mulheres que optam pelo não casamento.
A literatura tem em sua trajetória muito de reflexo de cada época. As mulheres começaram na odisséia de escritoras no Brasil segundo registros, a partir do século XIX, mas muito timidamente e ainda com todo o recato e sem refletir seus anseios, suas causas e dificuldades.A primeira grande revindicação feminina na escrita ocorre a partir de 1870, com a causa do direito das mulheres ao voto e os primeiros fortes burburinhos feministas em jornais e revistas, nessa luta, é importante ressaltar o nome de Josefina Àlvares de Azevedo (1851-?), jornalista que foi enfática em tudo o que escreveu com relação a mudanças radicais necessárias, ascensão feminina, enfim, feminismo latente e inovador, onde publicava no jornal A Família, que dirigiu durante alguns anos no qual incentivava as mulheres a ir a luta por seus direitos:

Formem grupos e associações, fundem jornais e revistas, levem de vencida os tirocínios acadêmicos, procurem as mais ilustres e felizes, com a sua influência, aviventar a campanha em bem da mulher e seus direitos, no Brasil: e assim terão as nossas virtuosas e dignas compatriotas pelejado, com o recato e moderação naturais ao seu delicado sexo, pela bela idéia "Fazer da brasileira um modelo feminino de educação e cultura espiritual, ativa, distinta e forte". (A família, ano I, n. especial)

Ainda na luta pela emancipação feminina, destaca- se a baiana Leolinda de Figueredo Daltro, educadora e forte atuante política, que buscou não apenas o direito ao voto feminino, mas trazer às mulheres consciência política.

As mulheres só conseguiram ter direito a voto em 1932, portanto houveram ainda outros nomes importantes de várias outras companheiras que encontraram na literatura um meio de expressar o sentimento feminista.Por ora encerro momentâneamente esta postagem, havendo continuação cronológica do assunto, faço isto para que o texto não fique extenso e a leitura enfadonha, já que a trajetória e a ligação entre literatura e feminismo está apenas começando e a prolixidade está entre os meus defeitos textuais.

No mais, este texto foi escrito com informações de leituras em sala de aula, livros de literatura feminina e artigos acadêmicos.Estão sujeitos à elogios e críticas, estejam a vontade.O que busco aqui é aprender e compartilhar.

Sem mais,

Ana Paula Duarte.

Bem-vindos!



Esse novo blog foi criado com o intuito de trazer um pouco de conhecimento literário, dicas sobre livros e autores da literatura brasileira e universal!

Aqui teremos grandes nomes e tudo aquilo que considero de qualidade e que vale a pena ser lido, relido e comentado.Na verdade, aqui teremos uma boa dose da ANA professora de literatura...rsrs.

E é mais um espaço democrático e sujeito a críticas e sugestões!

Abraços a todos.